"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


A Águia e a Pedra





A Águia e a Pedra


O barco fora das ondas estava inerte.

A vela dançava ao vento, no mar ou na terra.

O homem olhava a hora no tempo que girava
Girava seu pensamento no mar ou na terra?



Ao lado do homem uma pedra com ângulos

Imóvel sem ser tocada, sem ser lapidada.
Nem o vento a alterava, na face da terra.
Quando a águia a tocou, o presente pulsou.



A águia com seu instinto, suas garras afiadas.

Fez a pedra sentir seu troféu, à liberdade.
A sensação das suas asas perfeitas e primitivas
Suplicou então a pedra, por um movimento.
Ao viajante dono do vento, silencio no ar...



Então tudo girou e interligou-se

No pensamento do homem o universo
Que movimentou seu corpo em sintonia
Carregou a águia e a pedra uma só ação
A pedra exultou quando de lugar se mudou
O homem suspirou em face à lei da atração...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®



Vozes da Inspiração



Vozes da Inspiração


O crepúsculo me intimida nos braços do amor
E a cor dos teus sonhos falam de beijos e calor
E teu torso escaldante afugentando a nevada
Intensificando a voz que chega na lua calada...

Se fosse eu lua beijaria tua jogada de cor sagaz
A noite chegando o lilás voando no ocaso tenaz
Se fosse lua com a prata no horizonte desmaiada
Ancorava no amor e navegava no céu inebriada.

Se tu crepúsculo e eu lua talvez noite afora afogados
Os dois em plenitude no canto do vento embalados
 Vestidos de desejos embarcaríamos no barco da ilusão.

E na eternidade das belas noites de ilusões amantes
As paixões, encantos que clamam os sonhos vagantes
Tu e eu somos as vozes que caem na inspiração...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®




Pintura da Vida



Pintura da Vida


Movimenta as asas do pensamento
Indireta na montanha dos questionamentos
A direção mais interessante para alongar
As inquietações, as atribulações para aprimorar
A emoção pulsando no timão da sabedoria.
Enquanto na bagagem a disciplina bramia
A luz da quietude percebia as sentinelas
Na ordem o universo gera a plenitude da tela.


Nasce como magia do nada uma variante
Em dias de chuva ou de sol se fazem presente
O pensamento alternativo surge resolvendo
Se preparado para as adversidades recriando
A sua majestade o acaso que o todo modifica
E transforma a situação em lição que edifica
No desafiante movimento da aventura
Inspirativa a estrada da vida é uma pintura.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®






Abraço Almíscar


Abraço Almíscar



O meu eu reclama novamente, assim nesta ausência de movimentos padecendo neste perambular sem ângulos.

Preciso do ar da tua brisa que me faz ficar em paz em sintonia no universo, preciso te respirar para sentir a voz de dentro de mim.

Preciso do calor do teu beijo que bebo como vinho em dias distantes, esquecendo o frio que cobre nesta sinfonia tão fora do meu tom.

Estranho estou mais em fragmentos hoje, fractais de mim mesma vacilando sem compasso e sem rumo, é culpa desta música que me ataca sem aviso complicando meu abrigo no abismo do meu pungente sentir.

Olho no horizonte o rio da minha vontade e nada vêem, estranhos nem o tom do horizonte cai na minha tela, parece esconder-se nesta maleta do insondável mutismo do meu suspiro ato irrelevante do meu querer.
A cor do horizonte tinge só a água do meu olhar, o verde se torna mesclado em cinzas são as notas do violino caindo dentro do meu olhar em gotas de melancolia...
Preciso tomar o champanhe de Vivaldi antes que a noite se apague e meu corpo se faça ausente de véus nesta transparência de estrelas da minha alma.
A lua se faz cúmplice e me apronta para ver a tua constelação, é sempre assim antes de chegar na linha do portal, um vagar desnorteado como feixes de luz desencontrados, mas quando o tom de Vivaldi se aperta em mim, então o meu ser sabe que o teu querer é também como o meu afinado bem na linha do tom do violino a correr como gotas de chuvas em primaveras a enternecer.
O meu ser pede ajuda, a lua me veste em tempo de uma clave, um giro dentro de mim, o olhar já não é mais cinza o horizonte faz a saturação perfeita sou passos em perfume para colidir na esfera do teu abraço almíscar.



Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

Haikai ..Garça



Haikai –Garça

 

A garça aquarela

No Brasil espaço anil

A íris amarela

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®



Haikai - Borboleta-Monarca


Haikai –

Borboleta-Monarca

 

Bela monarca

Sim fascina, no inverno a sina

Leve demarca.


Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®




Flamboyant



Flamboyant 


A ti flamboyant que vem me tentando
Com as suas folhas de outono flertando
Fazendo música nestes dias de meio frio
         Na cidadela das estações criando cenário.

Volto a revogar o silêncio das inspirações
Fico nas asas do vento puro sem predileções
Nem de abraços clamo nos cantos dos teus galhos
Ou afagos e agrados na copa dos verdes atalhos.

Olho tua alma vibrante no parque da madrugada
No teu tronco o repouso e guarida na invernada
Nas noites de sereno que soletram vozes milenares
Vem os teus desejos algozes das minhas letras lunares.

Sonho com folhas e aroma da madeira no prefácio
Nos contornos do acaso selamos juras do palácio
Na sombra da tua copa com o sol quase chegando
A nossa trilha dos dias de outono queimando.

E então flamboyant ainda com este ar de outono
Esperando o rápido inverno revelar que apaixono
Como neve derreto-me nos teus galhos majestade
Não revogo o pedido de amor na estação da vontade.

No final da temporada vou  te ver ,florir em eterna jornada...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®



Sentimento



Sentimento


Um mundo dos sentimentos a rolar nas páginas
As folhas se amarelam nos sonhos que predestina
E o amor a luz que vai gerando folhas na videira
Em nostalgia acolhida nas rimas da papeleira.

As palavras plainando escapam do coração
A mãos frias se aquecem no sistema da emoção
A inspiração agitada reinventa no passado
Se reintegra a vivenciar a canção do amado.

E o presente faz a folha ser aurora da comoção
A pena a bela esperança do momento na ilusão
Teatral fio da dramaturgia nos pensamentos
O suspirar da saudade, indelével sentimento...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®







Anos de Saudade!




Anos de Saudade! 




A tua voz consagra a alma em alegria
E o sol solta o ouro uma voz de energia
E os pés giram buscando na luz voar
O pensamento se dilui no ato de amar...

Se a lembrança fosse só ourives da vida
A luz dos anos de saudade seria absolvida
A voz agraciaria só em poesia do amanhecer
Do ser, a mergulhar nas letras, até adormecer.

O sol aquece o céu e a terra do coração
Voar é solitário o nada é tudo na inspiração
O amor ocupa o espaço incluindo o inatingível
Então na jornada o sol se tornou o rei tangível.

E enquanto o tempo vai no passado passeando
Reatando a paz no presente a agonia expulsando
Retorno do precipício ao sol da alma comporei
A tua voz vira beijo e a lembrança o ouro do rei. 

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados® 



Haikai - Aldrago








Haikai - Aldrago

 

Aldrago é nativa

nas telas urbanas é bela

Floresce e perfuma.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®

 






O Cisne e o Piano




O Cisne e o Piano



Uma tarde de silêncio invocando um piano ao fundo na sala parada no fio do tempo.
Um momento de respirar a profundidade de si mesma, a amizade com a alma em cada nota do piano. As notas que silenciam o externo e suas configurações distorcidas da verdadeira plenitude.

O cisne clama para sentir este silêncio profundo, na voz que salta da paz agraciada como se as asas alcançassem um voo supremo.
O sentir dos elementos existências tocam as asas acima da comoção, o transmutar vai além da terra, navega nas águas mais leves até plainar no infinito do ar.
A sensação no momento sem a realidade tensa, repleta de adornos preocupantes e vozes desgastantes. O cisne nas águas da alma a sentir o sol em si mesmo, até chegar a sua lua ao voar.

No cisne responde a voz latente da realidade disforme da plenitude.
A sala sustenta o piano, sustenta a evocação do cisne atingindo a grã personificação da alma, a que amplia o coração na aprendizagem suprema.

No silencio e para o silencio a onde está a graça plena do bater de asas, sentir que água lava da terra e tudo que agride nas lições exaustivas; nas verdades pequenas diante da grandiosidade do supremo ar ,quando o voo invoca a sabedoria da espiritualidade.

A linha do cisne estabelece no royal avançando ao púrpura da iluminação ,atingindo o infinitivo do branco que aborda e aporta na grandiosidade das asas da paz, para apenas voar e sentir-se livre no ar...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados® 

Haika i- Chuva de Ouro -
















Clave de Amor



Clave de Amor 


Vou viver a querer- te assim amor... 
Quando nossa música entra em mim...
A cantar teu nome para viver uma escala 
Ainda que seja na clave de uma pauta apenas. 
Escuta o som, quero que me olhes no silencio 
Do teu perfume sou na noite cativa 
Onde minha alma a verter em versos
 Na nossa canção... 

*.*.* 

Vou viver a querer- te assim amor... 
Quando as notas deslizam em mim... 
Vou sonhar com tuas mãos que se estendem 
Pedindo mais um tempo para viver este amor 
Que não quero apagar na lembrança ao longe.
Sinto que vem das estrelas caricias caindo 
Em luz de prata reluzindo na transparência do sentir 
Fazendo -me ignorar a distancia, inconcebível aos amantes. 

*.*.* 

Vou viver a querer- te assim amor... 
Ao som dos violinos que tornam-me etérea ... 
Amor, na pausa de uma nota ,está tão perto e te sinto... 
Onde os deuses permitem somente aos apaixonados 
Na primavera colorindo o amor com pétalas de quimeras 
E na vida tingindo sóis de alquimias da paixão. 
Exposição do coração na mais bela das estações... 

*.*.* 

Vou viver a querer- te assim amor... 
A melodia fluindo a invadir em mim... 
Amor é aqui que meus braços te desejam colher 
Nos versos que transcendem no êxtase da melodia 
Onde sonho de outrora é para viver mais uma clave na pauta 
Fazer nas notas a mistura do passado ao presente sem separações 
Na partitura do amor atingindo o limiar das mais ricas sensações... 

*.*.* 

Vou viver a querer- te assim amor... 
Nos acordes que me levitam até o teu campo ... 
Amor,sou como frasco frágil que não caminha sem tua mão, 
Aqui ainda sou rastro deste querer e não mais te ter 
Já que o azul só brilha quando a noite se aproxima 
Com as estrelas para me carregar em teus sorrisos 
E voar em mil fantasias do nosso eterno enlevo. 

*.*.* 

Vou viver a querer- te assim amor... 
No infinito prazer de te sentir na música que habita em mim... 
Amor, sou passageira no portal onde os amantes 
Brincam nos pentagramas de esconder os reencontros 
Sou tua nesta imensidão de sentimentos a pulsar meus desejos 
Nesta sensação que me cobre em um véu de notas diáfano 
Cor da saudade latente que me faz escrava na tua ausência. 

*.*.* 

Vou viver a querer- te assim amor... 
Quando entrego minha alma afável nas ondas do som para te alcançar ...
Amor olha-me, pois teu olhar é o farol da minha lembrança 
Onde encontro o gosto de teus beijos em noites de tantas estações 
O viver na plenitude da imensidão dos desejos e paixões 
Assim na melodia da nossa ligação é a única aliança 
Deste sentir infinito em nosso viver de sintonias... 

*.*.* 
Vou viver a querer-te assim amor... 
Quando nossa música entra em mim para viver em ti... 
Ainda que a melodia silencie no tempo enfim 
No infinito espaço deste amor sem fim... 


Marli Franco 
Direitos Autorais Reservados®




Haikai -Bambu








Haikai

Bambu

 

 Bambu arte à vida

Que recria, move alegoria

Da bela vida.

 

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®







Haikai - O Canário








 

Haikai

 

Sonha o canário

Na gaiola, o desafio

Livre ele acorda...

.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®

 









Silêncio da Temporada



Silêncio da Temporada


Aconteceu o outono no firmamento
Em passo lento abril abraçou o vento
Despertando sentimentos de gratidão
E   veio nos cantos e vozes de maio a sensação
Chegando insuperável aos olhos dos amanhãs
Feito flores a nascer, perfumes de romãs
O vento e o ar tocando harpas a mover rajadas
Nas folhas o mormaço do silêncio da temporada...


E enfim o ocre tingindo os dias de outono
A mais linda e infinda poética no trono
Do sol a namorar e a lua aquarelar
A novela inexplicável e eterna a romancear
Que faz o sol em toda aurora ao luar um tributo
E a honraria da lua ao rei no anoitecer o seu fruto.


Nos tempos outonais voa os movimentos lunares
O amor é vigilante da lua em seus bulevares
O sol dorme nas esquinas das marés na hora das desfolhas
Refletindo na estação o desapegar-se das escolhas
Caídas no regaço das altas ilusões infindas e caladas
Como a tal novela que passeia nas madrugadas
Em uma só lágrima abraçada na saudade
Ao clamor do orvalho dissolvendo a sensibilidade.
Ah! Outono o vinho nostálgico das estações ...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®